segunda-feira, 30 de maio de 2011

Concurso "Fazes?"



1. O Fazendo está a promover um concurso para os alunos da Escola Secundária Manuel de Arriaga.

2. Podem participar no concurso todos os alunos dessa escola, independentemente da idade ou ano que frequentem.

3. Objectivo: encontrar a melhor capa para o Jornal, feita por um aluno.

4. Cada concorrente poderá apresentar um máximo de dois trabalhos.

5. Os trabalhos a apresentar devem cumprir as seguintes
normas:

Tema: livre
Técnica: livre (ilustração, fotografia, pintura, desenho, arte digital, colagem, etc)
Dimensões: tamanho único aceite: 21 x 30 cm. No caso de trabalhos em formato digital, para além das dimensões estipuladas o ficheiro deve apresentar uma resolução de 300 dpi.
Cor: são aceites trabalhos a preto e branco e a cores.

6. A data limite de entrega dos trabalhos é dia 15 de Junho.

7. Como entregar: Os trabalhos que não estejam num suporte digital devem ser entregues na reprografia da Escola. As ilustrações em formato digital devem ser enviados para o endereço electrónico do Jornal (vai.se.fazendo@gmail.com)

8. Prémios:

1º Prémio:
Publicação da Capa Vencedora
Prémio monetário ZON: 100 eur
Vale de Compras Telégrapho: 50 eur
Desconto 25% em carta de condução (carro ou mota) na Escola de Condução Atlântida

2º Prémio
Vale de Compras Telégrapho: 50 eur
Mochila Hurley, na Tabu

3º Prémio
Vale de Compras Telégrapho: 20eur
Acessório de Moda na Kosmos

9. A decisão do júri será mantida em segredo até à saída do Jornal que publicará as obras dos premiados, assim anunciando os vencedores do concurso.

10. Direitos de publicação. As obras premiadas ficarão na posse da Associação Cultural Fazendo. Ao concorrer, todos os autores estão a autorizar a Associação Cultural Fazendo a reproduzir as suas obras e a utilizá-las em publicações ou eventos futuros.

11. Devolução dos trabalhos não premiados. Os trabalhos não premiados podem ser recolhidos pelos autores na reprografia da escola, a partir de uma semana após a divulgação dos premiados. Esta cláusula não se aplica a trabalhos entregues em formato digital.

12. O júri terá a seguinte composição:
a) Um representante da Direcção do Jornal Fazendo
b) Um colaborador da Página de Artes Plásticas do Jornal Fazendo
c) Um representante do Conselho Executivo da ESMA
d) Um professor do Departamento de Artes da ESMA

13. O júri, para além dos prémios atribuídos aos trabalhos que considerar de maior qualidade poderá atribuir menções honrosas que, no entanto não vincularão o jornal à respectiva publicação.

14.O júri pode deliberar não atribuir qualquer dos prémios no caso de falta de qualidade das obras em concurso.

15. Os casos omissos ou divergências na interpretação do presente regulamento serão solucionadas pelo júri.

16. Das decisões do Júri não haverá recurso.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Edição nº61





Crónica
Associação Megafone 5
Quando, em Janeiro de 2009, João Aguardela faleceu, não deixou exactamente uma obra, mas várias. Deixou todas as que se conhecem, sendo as mais visíveis e audíveis as que resultam da vida dos Sitiados, Megafone e A Naifa, mas deixou uma outra que raramente acorre à lembrança até dos mais atentos: a que não chegou a ser feita.

Por isso se juntaram diversas pessoas sob a designação Megafone 5. O projecto musical Megafone, com João Aguardela a solo a vestir músicas portuguesas oriundas de recolhas etnográficas com roupas electrónicas modernas, mais de sábado à noite do que domingueiras, deixou quatro álbuns gravados. O nosso trabalho seria o quinto disco simbólico, passe a imodéstia da ambição.

A Associação Megafone 5, não negando naturalmente a presença no seu código genético de uma vocação para a homenagem, nasce também do desejo de adivinhar o futuro. Nasce, entre amigos de João Aguardela e admiradores da forma como encarava e manuseava a música de raiz portuguesa, da recusa em aceitar que um legado é como uma pomposa condecoração que se pendura na parede para acumular anos e pó.

Não foi preciso muito para que, escassos dias depois de João Aguardela ter partido para a sua última digressão, rumo ao céu ou o que estiver lá desse lado, várias pessoas terem informalmente começado a partilhar a ideia de que havia ainda muito a fazer. Havia que celebrar, homenagear e divulgar mais de 20 anos de trabalho do rapaz João Miguel Antunes Aguardela. Mas havia, sobretudo, que fazer algo para que esta música portuguesa que o movia continuasse a escrever-se e aventurar-se e recriar-se (em ambos os sentidos).

Presente, na génese da associação, esteve sempre a vontade de encarar o futuro. E, para fazê--lo, nada melhor que resolver o passado com uma celebração em grande, em festa, com amigos, admiradores, camaradas de ofício, melómanos anónimos, tudo quanto coubesse no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Foi o que aconteceu a 4 de Novembro de 2009, com actuações ao vivo dos Gaiteiros de Lisboa, Ó’Questrada, Dead Combo e A Naifa. E o que aí aconteceu foi também o nascimento público de uma empreitada maior e mais ambiciosa - os Prémios Megafone. Bem como o site www.aguardela.com, com tudo o que às actividades da associação diz respeito, mais a obra completa do Megafone para gozo popular gratuito e sem pecado.

Os Prémios Megafone foram, desde o embrião da ideia, encarados com os olhos com que João Aguardela via a música dita tradicional. São prémios que visam estimular a transformação, a mudança, a passagem de testemunho entre pessoas e gerações, o encontro do passado com as crescentes possibilidades do presente e do futuro, a nova música dita tradicional. Música Para Uma Nova Tradição, como se lê na assinatura da própria associação. E são, também como tanta dessa música, colaborativos, quase cooperativos, sem meios mais grandiosos do que a disponibilidade e a generosidade de um sem número de pessoas que acreditam na transmissão e na partilha.

Dividida entre Prémio Megafone Música e Prémio Megafone Missão, o primeiro para reconhecer e estimular quem faz nova música, o segundo para fazer o mesmo a quem potencia e acrescenta valor à nova música que se faz, os Prémios Megafone foram desenvolvidos em menos de um ano, chegando ao palco do Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém a 17 de Outubro de 2010. Aí foram anunciados, como finalistas do Prémio Megafone Música, os Galandum Galundaina, o Experimentar Na M’Incomoda e os Bandarra. Do lado do Prémio Megafone Missão, o realizador Tiago Pereira, o festival Bons Sons e a associação cultural D’Orfeu.

A primeira edição dos Prémios Megafone, a que o mágico projecto Foge Foge Bandido, de Manuel Cruz (ex-Ornatos Violeta), se associou com uma das suas raras apresentações ao vivo, coroou os Galandum Galundaina e Tiago Pereira. Os primeiros porque fazem viver tudo o que é mirandês para lá do seu espaço e do seu tempo. O segundo, porque coloca em imagens com personalidade única os sons desta espécie de rectângulo chamado Portugal (já depois de vencer o Prémio Megafone Missão, Tiago Pereira criou o projecto A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria, profícua recolha em video e divulgação online de músicos e colectivos que dão presente e futuro à música tradicional).

Apesar de dependente de todas as vidas de todas as pessoas que a integram e que para ela contribuem com graus raros de desinteressada entrega, a Associação Megafone 5 mantém intacto o propósito com que viu a luz pela primeira vez. E é por isso que, anuncie-se agora, os Prémios Megafone regressam em 2012, para distinguir e estimular quem partilha a visão de João Aguardela e a partir dela constrói peças que intervêm nas nossas vidas.

Por outras palavras, arte.

Pedro Gonçalves - Associação Megafone 5


Colaboradores:

Capa: Ana Nobre
Arquitectura e Artes Plásticas: Ana Correia
Ciência: PNF
Gatafunhos: Tomás Melo


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terça-feira, 17 de maio de 2011

Edição nº 60



Crónica
A adesão aos princípios que assumem a necessidade e responsabilidade de contribuir para uma resposta colectiva às necessidades das pessoas é uma prática que, em teoria, poucos admitem não acolher ou respeitar. Mas, da teoria à prática “vai um tiro de canhão”.

A forma como o tema “Estado social” é tratado no nosso país, traz consigo uma carga avassaladora de cinismo. Uns juram pela sua mãezinha que é a sua profissão de fé, enquanto, na prática, o vão destruindo. Outros não são contra, mas quanto menos melhor. É a velha máxima da diferença entre “dar na cabeça” ou “na cabeça dar”. Em boa verdade, o conceito de Estado social, ou providência, é a negação da forma organizativa duma sociedade liberal. Defender o Estado social com políticas liberais é “querer estar bem com Deus e com o Diabo”.

O Estado social assenta em princípios que dão uma resposta colectiva às necessidades de cada uma das pessoas. O sistema liberal professa o individualismo em detrimento da solidariedade. O Estado social tem todo o seu enfoque nas pessoas, no seu direito à saúde, à educação, ao trabalho. O sistema liberal alimenta--se do economicismo, na acumulação do capital, na diferença pelo poder do dinheiro.

O conceito europeu de olhar para os que nada têm como uma obrigação do Estado e não apenas como uma mão caridosa estendida pelas organizações bem-intencionadas da sociedade civil pressupõe um aparelho de Estado bem organizado e uma economia saudável. Nos tempos que correm, nenhuma destas premissas é válida, não só em Portugal, mas na generalidade dos países europeus.

Surge então a necessidade de mudança. E, novamente, todos falam do mesmo, mas sem explicar bem o que querem mudar. Aplica-se, então a célebre frase: “Para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude”.

Porém, o que permanece igual é o caminho trilhado no sentido da progressiva destruição do Estado social, e o que muda é o aumento das restrições e dos cortes orçamentais na saúde, no ensino e na protecção social.

Todo um princípio económico básico, essencial à existência do Estado social está pervertido. O sistema financeiro deverá ser um meio de apoio ao bom funcionamento da economia, para que esta possa estar ao serviço do bem-estar das pessoas. O sistema liberal “espreme” as pessoas para que a economia esteja ao serviço da especulação financeira.

Os teóricos liberais defendem a todo o custo o crescimento económico (leia- -se: concentração do poder económico). Baseiam-se nas privatizações e não hesitam em recorrer à entrega, a um par de mãos, aquilo que é de todas as pessoas, sem qualquer excepção, incluindo a privatização da saúde, do ensino, e de bens essenciais como a água, para que quem tenha poder financeiro possa pagar e, assim, com as migalhas restantes, providenciar cuidados de saúde mínimos e o ensino indispensável aos pobrezinhos (“vamos brincar à caridadezinha”). Defendem que saúde e ensino para todos é uma utopia. “O Estado não tem receitas que possam suportar essas despesas!”. Esquecem que melhor para alguns e pior para outros é discriminação e que a opulência, desses alguns, é a carência destes outros.

É uma falsa questão a falta de recursos do Estado para garantir a diminuição das disparidades sociais causadas pela sociedade capitalista. É, sim, uma questão de prioridades e de diversificação das receitas. O Estado não pode ser alimentado exclusivamente pela contribuição dos rendimentos de trabalho. Será aceitável a existência de fortunas acumuladas através de mais-valias imobiliárias e transacções bolsistas que não são tocadas pelo fisco? Tudo - o presente e o futuro do Estado social - é uma opção política.

Com uma forte tributação sobre os dividendos não reinvestidos, distribuídos aos accionistas do sistema financeiro, e não “esquecendo” os paraísos fiscais, para onde “voam” milhões de euros, podem arrecadar- -se recursos que, aliados à erradicação dos gastos despropositados e sem controlo, dotam o Estado dos recursos necessários.

É criminoso para o Estado social que, a par da subordinação ao sistema financeiro, se gaste tantos milhões com a compra de dois submarinos, considerados “um luxo supérfluo” pelos “patrões” da NATO.
Há uma grande ameaça sobre o Estado social, que é incentivada pelos privados. Inculca-se na Opinião Pública a ideia de que os serviços privados de Saúde são mais eficientes e, em simultâneo, desinveste-se no sector público. Caminhamos para o sistema que desvaloriza os cuidados de Saúde básicos aos cidadãos com menos recursos, sistema que outros países começam, finalmente, a dar a ideia de querer abandonar. Queremos retomar o que outros abandonam?

Estamos a um passo de já não se poder considerar o que existe como Estado social, e, por isso, é urgente que se mudem as prioridades, porque o fim do Estado social europeu, como quer a actual chanceler alemã, Angela Merkel, seria o colapso da União Europeia.


Mário Moniz


Colaboradores:

Capa: Eugénia Rufino
Arquitectura e Artes Plásticas: Paulo Gabriel
Cinema e Teatro: Tiago Vouga e Victor Rui Dores
Literatura: Eduíno de Jesus
Ciência: PNF e Sílvia Lino
Gatafunhos: Tomás Melo


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terça-feira, 3 de maio de 2011

Edição nº59



Crónica

Os Encontros Filosóficos, organizados pelo grupo de filosofia da Escola Secundária Manuel de Arriaga, surgiram há dezoito anos, com o objectivo de fazer os alunos do 12º ano questionarem-se acerca do mundo que os rodeia e que os recebe depois de saírem da escola. Com o passar do tempo, e com o surgimento da disciplina de Área de Projecto (AP), este passou a ser um espaço de apresentação dos trabalhos práticos desenvolvidos ao longo do ano lectivo, contando ainda com uma série de outras acções que se desenrolam paralelamente, entre workshops, palestras e debates, que pretendem envolver toda a comunidade na reflexão filosófica e na construção da sociedade, não apenas as pessoas directamente relacionadas com o meio escolar.

Este ano subordinam-se ao tema “Educar pelas Artes”, pelo que teremos ao longo de uma semana actividades relacionadas com cinema, teatro, literatura, fotografia, desenho, música e dança.

No que toca a AP, cujas apresentações serão feitas entre os dias 2 e 5, este ano vamos assistir a trinta trabalhos, divididos pelas quatro turmas do 12º ano e somando a participação de cerca de uma centena de alunos, trabalhando individualmente ou em grupos.

Sobre os trabalhos podemos mencionar que contam com os mais variados temas. Enquanto alguns se questionaram sobre o que fazer “depois do 12º ano?”, outros preferiram debater “os problemas da adolescência”; enquanto uns reflectem se afinal “aqui há crise?” ou não, outros optaram pela “cerveja” ou pela “Atlântida”.

Olhando o mundo que (n)os rodeia surgiram trabalhos de âmbito social, como “um invisual na sociedade”, “a interacção das crianças com Síndrome de Asperger”, “os deficientes motores e a sua qualidade de vida”, ou “peso certo em quilos” e “viver com a Diabetes”. Por alguns dos alunos de Ciências foram elaboradas investigações de carácter mais técnico, como sejam a “linguagem corporal e as microexpressões faciais”, “genética: transmissão de características e mutações?”, “clonagem de plantas” e “holografia e vanguarda tecnológica”, com especial destaque para este último por contar com a presença do Professor Pedro Pombo, da Universidade de Aveiro, que fará uma palestra sobre o tema.

No âmbito da ecologia iremos assistir à “criação de uma estufa e prática de agricultura biológica”, assim como a três projectos relacionados com as “energias renováveis”, sendo um deles sobre embarcações movidas a estas energias e outro acerca de “o automóvel e o biodiesel”. Recordando mais uma vez o tema deste ano, quatro apresentações debruçar-se-ão sobre a Música, abrangendo as temáticas da sua “influência no Homem” e “na Educação e na Saúde”, dos “Blues” e de “qual a sua realidade” no Faial; haverá ainda um trabalho sobre o “cinema”, um sobre a “publicidade” e o “renascer da cor”, um desfile de moda. Tendo em conta a nossa realidade ímpar e a importância de termos quem nos visite, o “turismo no Faial” e “uma ilha bestial por um preço especial” serão outros dois trabalhos apresentados. E porque o património e o passado também são importantes teremos uma pesquisa sobre “as térmitas” e outra sobre “história e urbanismo” na nossa cidade.

Qualquer um deles pretende incutir nos estudantes um espírito crítico para com o mundo à sua volta, para que cada um possa ser um cidadão atento e consciente, possuidor de valores que permitam desenvolver a nossa sociedade e fazer o nosso país sair da letargia e da crise em que se encontra.

Esperemos também poder contar com a maior audiência possível e com a presença de todos quantos queiram assistir a este evento, pois se a escola tem o dever de formar a comunidade, também a comunidade deve ter um papel activo na escola, e se a escola tem o dever de preparar os alunos para a sua entrada na sociedade, também a sociedade deve estar apta a recebê-los.


Tiago Silva - Aluno na ESMA

Colaboradores:

Capa: Pedro Escobar
Arquitectura e Artes Plásticas: Lia Goulart
Texto sobre capa: André N. de Melo
Ciência: PNF
Gatafunhos: Tomás Melo

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