sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Edição nº51


Crónica

Pensar Global, Agir Local

O Município da Horta prosseguiu e aprofundou em 2010 o seu compromisso de implementação da Agenda 21, um instrumento assente no desenvolvimento sustentável cujo lema é Pensar Global, Agir Local.
Transversal à sociedade, cruza os grandes sectores de desenvolvimento com equilíbrio, consistência e flexibilidade, caracterizando-se, essencialmente, pela inovação, envolvimento comunitário, parceria, interacção, responsabilização e confiança, integrando factores económicos, sociais e ambientais.
Em 2009 foi criado o Grupo Coordenador, com representantes da autarquia e de algumas forças vivas do concelho, e foi assinada a carta de Aalborg, que nos vincula ao processo da Agenda 21, cumprindo-se a primeira fase do processo.
Em 2010 as nossas metas foram de aprofundamento de conhecimentos, de sensibilização a todas as forças vivas da sociedade (Escolas, Juntas de Freguesia, Instituições Governamentais, Universidade – DOP e Universidade Sénior, Associações Culturais, Organizações Ambientais, de Serviço Social, Câmara de Comércio e Indústria da Horta, Empresas, Órgãos de Comunicação Social), e de diagnóstico, seguindo, desde logo, as recomendações internacionais, com as adequadas adaptações locais.
A sensibilização teve duas componentes: interna e externa. A interna começou, numa primeira fase, pela divulgação na Câmara Municipal da Horta das boas práticas já instituídas e a sensibilização para as que ainda não fazem parte do nosso quotidiano; numa segunda fase, pretendeu atingir os sectores mais decisivos da comunidade local numa sensibilização externa que vai continuar em 2011.
2011 – o ano da mobilização
A mobilização irá concretizar-se principalmente a partir do diagnóstico que determinará as áreas onde devemos incidir um plano de acção a estabelecer com o apoio de toda a sociedade.
Para fazer a caracterização do faialense, circulará um questionário a partir do dia 17 deste Dezembro, que continuará em Janeiro de 2011 até se recolher uma amostragem fidedigna da população: dez por cento. Os temas são os pilares da Agenda 21 Local e irá detectar os hábitos e a disponibilidade para a mudança dos faialenses, auscultando a sua opinião sobre o seu nível de satisfação com as instituições.
A fase de elaboração do plano de acção identificará as necessidades, as expectativas, os recursos, as prioridades, e promoverá ainda a sustentabilidade ao nível local e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e do ambiente, bem como o bem-estar social.
Esta fase compreenderá a criação de outros grupos de trabalho e de um fórum participativo que, em estreita colaboração com o grupo coordenador participarão na reflexão e na construção de uma rede de desenvolvimento de um trabalho articulado e abrangente que irá tocar as áreas da Agenda 21 para promover a sua sustentabilidade: ambiente, sociedade e economia.

Alzira Silva - Vereadora da Câmara Municipal da Horta

Colaboradores:


Capa: "Mocho" de Diana Catarino Literatura: Luís São Bento
Arquitectura e Artes Plásticas: Ana Correia
Música: Andreia Rosa
Teatro e Cinema: Lia Goulart e Maria do Céu Brito
Ciência e Ambiente: Roman e Teresa, Valentina de Matos
Gatafunhos: Tomás Silva

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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Edição nº 50


Crónica
Cinquenta
Lembram-se que nos livros do Astérix, todas as histórias começavam com uma apresentação da aldeia em que diziam que estávamos no ano 50 A.C. e que nem toda a Gália estava ocupada pelos romanos? É uma datação especial, não só por ser sempre a mesma em todas as aventuras, como pela particularidade de ser 50 anos antes de Cristo. É especial o facto de dizer "estamos no ano de" e não "estávamos no ano de". Claro que em 50 A.C. ninguém dizia "Estamos no ano 50 A.C.", porque ninguém podia adivinhar que dentro de 50 anos ia nascer alguém cuja importância fosse suplantar a de Júlio César. E em 50 A.C. nem sequer tinha começado ainda a Era de César, que só teria início 12 anos mais tarde, em 38 A.C. Este exemplo só é para aqui chamado para nos situarmos na dimensão convencional do tempo e, mais concretamente, dos números.

É que o tempo conta-se assim: começamos num princípio que somos nós que escolhemos e, vamos por aí afora a contar o tempo de forma crescente. Normalmente há sempre mais e mais tempo acumulado. A menos que estejamos a falar de Mundiais de Futebol ou coisas assim Grandiosas como essas, em que se afixam uns grandes relógios/calendários a dizer "Faltam X dias" e o número vai decrescendo até chegar ao bombástico final, o zero, apito da partida.
Celebrar um aniversário, ou um Jubileu (que é quando se celebram 50 anos, ou múltiplos deste) só faz sentido num espírito de convenção. Porque tudo isto são invenções humanas. De "alguns" humanos... Os próprios números foram inventados. Um, dois, três e muitos é o total de percepção numérica que têm alguns animais e povos humanos.

Então, se isto é tudo invenção, coisas abstractas, porque é o 50 melhor ou mais importante que o 49 ou que o 51? Porquê também, assinalar a quinquagésima edição deste jornal? E nem são 50 anos. São só 50 edições...

Cinquenta é, sobretudo, um número de respeito. Deus disse que preservaria a cidade de Sodoma se encontrasse por lá 50 pessoas rectas. Não encontrou. Mas se tivesse encontrado! As outras podiam ser piores que o Diabo, que se houvesse 50 pessoas rectas, por causa delas, a cidade não estaria perdida. Cinquenta é então um número a partir do qual a coisa começa a ser sólida, a ter corpo, a existir!

No Antigo Testamento (Levítico 23: 14-16) contavam-se cinquenta dias desde a Festa dos Primeiros Frutos para celebrar o Pentecostes que significa em grego "Quinquagésimo". No Calendário Cristão, os cinquenta dias passam a contar-se a partir da Páscoa, para celebrar a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos… esta é, como se sabe, a mais característica festa religiosa açoriana.

E há a história das Danaides, da mitologia grega. A Danaides eram 50 filhas de Danao. O irmão de Danao, Egito, rei das Arábias e do actual Egipto, tinha 50 filhos: os Egitíades. Egito teve a ideia muito prática de casar os primos todos entre si, para preservar a linhagem, contra a vontade de Danao. Após ter perdido uma guerra, da qual teve que fugir, Danao foi obrigado a aceitar a proposta casamenteira, mas entregou a cada uma das raparigas uma adaga e ordenou-lhes que matassem o seu marido na noite de núpcias. Houve uma que não o fez (Hipermnestra poupou o noivo Linceu). As restantes 49 obedeceram ao pai e continuam ainda hoje e por esse motivo, no Tártaro, Hades, a encher de água um tonel sem fundo, num dos variados e imaginativos suplícios que os deuses gregos souberam inventar.

Por falar em casamentos, 50 anos do mesmo (as Bodas de Ouro), são o patamar mais glorioso da vida conjugal, que, ironicamente, se associam mais a uma batalha vitoriosa do que a um duradouro e áureo deleite.

O número cinquenta é também sempre o de uma metade. Não só em termos percentuais mas principalmente eles são a metade da nossa Esperança Plena de Vida, já que não conhecemos casos de imortalidade. Depois dos cinquenta, não há cá setenta e cincos… Os olhos ficam postos é nos 100.

Aurora Ribeiro

Colaboradores:

Capa: as 49 capas do Fazendo
Artes Plásticas: Ana Correia
Teatro e Cinema: Urbano Bettencourt e A.R.
Teatro e Cinema: Tiago Vouga
Ciência e Ambiente: Ana Sofia Matos e PNF
Gatafunhos: Tomás Silva

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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Edição nº 49


Crónica

mostra LABJOVEM 2010

E a Mostra LABJOVEM chega ao Faial. Depois de São Miguel e Terceira, a exposição colectiva dos trabalhos seleccionados em 2009 no âmbito do LABJOVEM – Concurso de Jovens Criativos dos Açores, estará patente na Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça de 12 de Novembro a 5 de Dezembro de 2010.
O LABJOVEM – Concurso de Jovens Criadores dos Açores é um programa promovido Governo Regional dos Açores, através da Direcção Regional da Juventude, com organização da Associação Cultural Burra de Milho, cujo objectivo é o incentivo e promoção da criatividade dos jovens açorianos. E tem-no sido. Não só porque tem havido cada vez mais concorrentes e interessados nas edições futuras – da 1ª à 2ª edição houve uma duplicação de concorrentes –, como também têm surgido oportunidades de exposição dos trabalhos seleccionados, como foi o caso da Semana Açoriana no Teatro São Luiz, em Lisboa, que contou com trabalhos de seleccionados em ambas as edições do LABJOVEM, e a apresentação do seleccionado de música e vídeo em New Bedford.
Inicia-se, ao mesmo tempo que se prepara a 3ª edição do concurso, a fase das bolsas de estudo atribuídas aos primeiros seleccionados das onze áreas concorrentes. Na primeira edição, os seleccionados tiveram a oportunidade de receber formação (no continente português, Itália, Inglaterra, Estados Unidos da América e Argentina) nas suas respectivas áreas de criatividade. Em 2011, coincidente também com a fase de entrega de candidaturas da 3ª edição, decorrerá a fase das bolsas de estudo, as quais permitirão ser uma ajuda na formação e no percurso criativo dos jovens seleccionados, permitindo o desenvolvimento de competências e o contacto com novas realidades culturais e criativas.
É na Horta que se encerra o ciclo da exposição, na Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça; e é no Clube Naval que serão apresentados os seleccionados de música Flávio Cristóvam & the Jamandizen Band, da Terceira e, tocando em casa, os Wicked Jamaica, do Faial.
É na Horta que serão apresentados alguns dos trabalhos criativos que os jovens açorianos têm produzido e que, no caso do LABJOVEM, submeteram à apreciação de um júri idóneo que os seleccionou como representativos da modernidade e contemporaneidade cultural dos Açores.
A não perder.

Rogério Sousa - Presidente da Ass. Cultural Burra de Milho

Colaboradores:

Capa: Margarida Madruga
Página 2 e Cinema: Fernando Nunes
Artes Plásticas: Ana Correia
Ciência e Ambiente: José Nuno Pereira, Fernando Tempera e PNF
Gatafunhos: Tomás Silva

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Edição nº 48


Crónica

Elementos Fabulosos da Cidade da Horta

Vamos chamar-lhe Huerter. Joss van Huerter. Nasce na Flandres, actual Bélgica, em mil quatrocentos e trinta. Em mil quatrocentos e sessenta e cinco veleja com quinze companheiros para a ilha de S. Luís dos Açores, antes das faias-das-ilhas a tornarem Faial. Huerter aporta à procura de prata e estanho. Relatos de cartógrafos, contadores de histórias e marinheiros dão a ilha como rica em metais preciosos. Fica um ano. Depois, parte, regressa e não volta a partir. Vamos dizer que organiza o povoamento da ilha. Que desenha as ruas da cidade atlântica, estipulando-lhe a vista para o Pico; que a defende de ataques de corsários. De Huerter a cidade toma o nome adocicado: Horta. Que terra senão a ilha é o lugar do navegante?
A vinte e quatro de Julho de mil novecentos e setenta e quatro, o marinheiro belga Jacques Brel parte a velejar à volta do globo. A bordo do Askoy, faz escala nas ilhas Scilly, a sudoeste da Cornualha inglesa, antes de aportar na Horta a um de Setembro. Na marina, Brel adoece e a história conhece-se bem: o médico Decq Mota, português dos Açores de ascendência belga, é chamado a assisti-lo. Não o reconhece de imediato mas sabendo-o compatriota convida-o a almoçar em sua casa. Brel acede ao convite. Sente-se bem ali. Durante duas semanas permanece na ilha. Depois, parte outra vez para o mundo, numa odisseia que acabará no Pacífico, em Hiva Oa, ao lado de Gaugin que lá chegara setenta e um anos antes. A errância é a maior das liberdades.
Hoje sabemos que a passagem de Brel pela Horta trazia já uma ideia de despedida. Talvez aí more todo seu fascínio. Diz-se que é por causa desta melancolia que os primeiros acordes de La Chanson Des Vieux Amants fazem mais sentido quando, ao passar pelas águas tranquilas da enseada, se parte da Horta para qualquer lugar. Bien sûr nous eûmes des orages.
A dez de Julho de mil novecentos e sessenta e sete, o italiano Hugo Pratt desenhou pela primeira vez o marinheiro Corto Maltese. Criou-lhe uma história: Corto nasceu em Malta a dez de Julho de mil oitocentos e oitenta e sete, filho de uma cigana andaluza e de um marinheiro da Cornualha, sabedor de lendas célticas e apreciador de whisky irlandês. Pratt é um profundo admirador de uma ideia de desordem natural das coisas. Interessa-lhe, diz, “encontrar todos estes elementos fabulosos que parecem saídos da imaginação”: um marinheiro belga veleja para uma cidade fundada por um belga e é assistido por um médico de origem belga. A lenda diz-nos que a ilha açoriana para onde o marinheiro belga viaja fazia parte da Atlântida. As ilhas Scilly, onde o marinheiro belga aportara antes, faziam parte do arquipélago imaginário de Lyonesse. E Pratt, agregador destes elementos, perdeu-se um dia de amores por Anne Frognier, uma mulher de ascendência belga. Diz-se até que lhe terá escrito um postal da Horta onde mencionava o encanto do barulhar desordenado dos barcos na marina.

Eduardo Brito

Colaboradores:

Capa: Ilustrações do projecto Moviment'arte
Cinema e Dança: Pedro Rosa
Música: Fernando Nunes
Ciência e Ambiente: Rui Prieto e PNF
Gatafunhos: Tomás Silva

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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Edição nº47



Colaboradores:

Capa: Catarina Krug
Artes Plásticas: Ana Correia, Tomás Melo
Literatura: Ágata Biga
Ciência e Ambiente: Márcia Dutra, PNF
Gatafunhos: Tomás Silva

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Edição nº46



Crónica

Hortelã, Alecrim

No meu primeiro ano de curso, na cadeira de Antropologia, após a definição das bases de trabalho para um trimestre, foram formados grupos de alunos de acordo com as temáticas propostas. Nessa divisão coube-me em sorte, a mim e a mais duas colegas, um “ estágio” num mercado do Porto, o Mercado do Bom Sucesso; mercado dos anos 50, de arquitectura modernista (inovadora estrutura de abóbada de betão vidrada), situado na zona da Boavista, sendo a sua implantação neste local decorrente do processo de policentralidade que a cidade conheceu por essa altura.

O trabalho consistia na observação diária, em horário matinal, com duração de três meses, e respectivo relatório circunstanciado, lá para o final. Nós, as três alunas, ficámos perplexas quanto ao trabalho que teríamos de apresentar e questionámos a professora:

“Então e só observar assim, a seco? Nem umas entrevistazinhas aos vendedores?”

“Não, nada de entrevistas. Vocês ainda estão muito verdes.”

E estávamos. Tão verdes que nas nossas ocas cabeças não havia vislumbre de nada a realçar. Debruçadas num varandim do mercado, dias a fio, vendo o fluir daquela vida por dentro, olhando para tudo o que se passava mas sentindo-nos na mais completa orfandade, descrentes e incapazes de levar a bom termo tal trabalho. E aos poucos, fomos perscrutando, questionando, analisando, problematizando e, de gerúndio em gerúndio lá fizemos o trabalho escolar mas, mais do que isso, aprendemos que tudo contém em si o que valha a pena ser visto.

Muitos anos e muitas voltas depois, encontro--me, vai para um ano, no mercado da Horta. E por cima de latitudes, mares, tempos e espaços, e num registo diferente daquele que outrora o rigor do trabalho académico me obrigava mas, contudo, com o lastro que a academia me foi inculcando, aqui me venho encontrar, num arremedo de “observação participante”.
Entremos neste mercado com a data de 1933 afixada. Deixemos a data e o contexto. O “mercado” é intemporal. Não pretendendo escalpelizar as dimensões de análise, vamos situar o “mercado” na sua componente principal, que atravessa os tempos e se mantém inalterável - o seu significado espacial e sócio-cultural. Na sua génese, este é (às vezes a par com outras instituições) o epicentro de qualquer agregado populacional que, pela sua dimensão, seja entronizada a burgo ou a cidade, tanto faz. É através da troca de bens e serviços e do local onde esta acontece que a cidade gravita. O “mercado” ocupando um espaço de centralidade funciona como local de troca de mercadorias e local de confluências. Espaço transversal em termos de estratificação social, possibilita nas dinâmicas interpessoais que o conceito de “troca” tenha aí toda a sua abrangência,

Troca de bens, de palavras, de ideias. No lugar mais chão da existência, onde coabitam o ócio e o negócio, o “mercado” é por excelência o local onde se representa a “vida” porque é sobre o signo do quotidiano que ela melhor se revela. Ao longo do tempo o “mercado” vai perdendo o seu carácter de unicidade no confronto com novos locais de comércio bem como o seu pendor de espaço aglutinador da comunidade.

E com um salto no tempo (nunca e assim tão grande quando a recordação está viva) o Mercado da Horta também, como os demais, enfermou da realidade avassaladora do “progresso” e encontra-se em processo de definhamento ao qual não é alheio o concomitante desinvestimento na agricultura local.

Mas, apesar de tudo, o mercado permanece fisicamente no seu posto. Ainda lá moram os vendedores do Pico que o presenteiam com legumes e pitoresco. Ainda tem plátanos frondosos e portões abertos às gentes da terra. Embora tendo perdido relevância social e comercial em prol das novas catedrais de consumo (com as quais não pode almejar ser concorrencial), perdura, contudo, no nosso imaginário colectivo talvez com o cunho romântico da feira medieval feita ao ar livre, numa representação saudosa de uma vida chã.

Todos ouvimos dizer a quem ruma a outras paragens que, quando chega a uma cidade, vai visitar o mercado local. Toda a gente tem na ideia que aí vai, por certo, sentir o pulsar da terra, sentir como se vive o dia-a-dia ou seja, a vida comezinha de todos os “outros” que somos nós. O “outro”, na sua vida sem arrebiques, que vende, que compra, que procura o que diariamente consome, as conversas personalizadas com o comerciante que conhece e o conhece, em suma, o que se chama o pequeno comércio ou o comércio tradicional, o qual, muito embora, tão enfatizado no “politicamente correcto”, vai sofrendo progressivas machadadas numa época em que se prefigura a insensata abertura das grandes superfícies aos domingos e feriados (onde já nem a igreja nos salva nos dias “santos de guarda“ que fará a temporal “semana à inglesa”?).

Assim, o “mercado” não tendo o fulgor de outras épocas, deveria conservar a pujança da sua dimensão identitária. O aconchego de sermos “nós”, o sabor das nossas entranhas, uma amostra da nossa terra-Topos e das colheitas da nossa terra-Húmus. Não é só mais um local da cidade. É um local onde a vida comum se cumpre. Arranja-se por aí coisa mais pós-moderna?

Então porque deixamos estiolar o mercado? Porque não o recriamos, o reconceptualizamos em vez de deixar morrer o que sabemos, oh bem sabemos que nos deixara saudades.

E muito a propósito a questão prosaica mas indispensável do estacionamento. Todos sabemos que este é um importante contributo para o incremento destas estruturas “comerciais” porquanto as questões das acessibilidades são fundamentais. Não poderá a Câmara comprar terreno contíguo ao actual estacionamento ou, vá lá, o mesmo ser oferecido à cidade por alma filantrópica? Nós passamos e os sítios perduram. Vender, dar, trocar, comprar é tudo igual, só difere a unidade monetária (sendo o afecto um valor não despiciendo). Ideias, pois, precisam-se que o Faial agradece.

Paula Bacelar

Colaboradores:

Capa: Patchwork de Patrícia Smith
Artes Plásticas: Ana Correia, Fernando Nunes
Literatura: Fernando Nunes
Ciência e Ambiente: Mário Rui Pinho
Gatafunhos: Tomás Silva

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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Edição nº45

Editorial
Fazendo - Série III


Durante uma época em que se colhem os frutos do que outrora se semeou,
nasce um novo Fazendo com maior ímpeto e maior força, esperamos nós, também
fruto de uma história de escrita contínua de quase dois anos. Após um mês de
reconstrução e reestruturação o Fazendo surge com um design fresco e apelativo,
produto da criatividade de Nuno Brito e Cunha, e um modo de funcionamento mais
dinâmico através de uma gestão em cooperação dos conteúdos temáticos, isto é, a
gestão de cada página temática é feita agora por dois coordenadores.

Para além disto, de forma a dar a conhecer o trabalho de vários talentos
emergentes na área de fotografia e estimular o desenvolvimento desta
arte no seio da comunidade local, o Fazendo dá hoje início a um ciclo de exposições
intitulado zendoPics destinado a jovens fotógrafos(as) faialenses ou residentes na ilha
do Faial. A primeira exposição deste ciclo tem por nome “Mulheres”, da autoria de
Catarina Krug (ver pág.3) e estará patente na C.A.S.A. até dia 10 de Outubro. Os
interessados em exporem o seu trabalho devem consultar o regulamento que se
encontra agora online no blog do Fazendo.
Esperamos que apreciem este novo formato do jornal Fazendo e deixamos
aqui uma vez mais um convite a colaborarem na escrita desta história que se quer cada
vez mais pluralista, activa e abrangente.

Jácome Armas

Colaboradores:
Capa: Nuno Brito e Cunha com foto de Vergílio Ferreira
Artes Plásticas:
Ana Correia, Pedro Monteiro
Cinema e Teatro: Fernando Nunes
Música: Victor Rui Dores

Gatafunhos: Tomás Silva
Auróscopo: Aurora Ribeiro

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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

zendoPics apresenta "Mulheres" de Catarina Krug

A Associação Cultural Fazendo organiza partir de Setembro do presente ano até Junho de 2011 um ciclo de exposições dedicadas a jovens fotógrafos naturais ou residentes no Faial. Tem-se como objectivo com este ciclo dar a conhecer, em formato físico e em espaços públicos, o trabalho dos vários talentos emergentes nesta área quer sejam amadores ou profissionais.

Para além da necessária residência (pelo período de pelo menos 9 meses) ou naturalidade na ilha do Faial os proponentes não devem ultrapassar os 39 anos de idade até ao primeiro dia de Junho de 2011. As exposições serão individuais pretendendo-se que cada uma ocupe um lugar diferente da cidade da Horta durante sensivelmente um mês.

Poderão tomar o habitual formato de exposição ou ser mostradas sob a forma de uma instalação, e ter lugar quer em espaços fechados ou na rua.

Todos os interessados deverão enviar um portfolio digital (min. 5 fotografias) e uma pequena biografia para vai.se.fazendo@gmail.com. Em caso de existência de uma temática ou conceito para a exposição deverão também fazer acompanhar a proposta de uma descrição do projecto.


zendoPics #1

Mulheres

Catarina Krug


"Mulheres" é o título da primeira exposição de Catarina de Noronha Krug Marques da Silva. Nascida na ilha do Faial a 7 de Novembro de 1989 tornou-se uma apaixonada pelas artes, nomeadamente a música/dança, pintura e a fotografia, e pela natureza. Em 2009 ganha o 1º prémio de pintura e o 3º prémio de fotografia do concurso Porto PimTado e em 2010 recebe o 2º lugar de fotografia no concurso "The Urban Pet", organizado pela Cesman-Hill's.

É desde 2007 estudante de Medicina Veterinária.


Pode ver as fotos on-line em http://olhares.aeiou.pt/CatarinaK.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Rentrée Fazendo


Caros Senhores(as),

O Fazendo, revista da especialidade em Bricolage, está de volta para a temporada 2010/2011. No design da nova campanha de ferramentas contámos com a excelente colaboração de Nuno Brito e Cunha, especialista em decoração do lar - www.nunobritoecunha.com. Um grafismo fresco e excelso que lhe permitirá prazenteiramente consultar não só as mais recentes novidades, como a história daqueles utensílios de corte, costura e plainagem, sem os quais a sua vida não seria tão colorida.

Para o lançamento da nova campanha convidámos um elevado número de publicitários, vendedores e assistentes de loja ao seu dispor para uma super-festa com super produtos a ter lugar no Centro de Atendimento Seguro e Automático (vulgo C.A.S.A.) a partir das 21h30 do dia 10 de Setembro, sexta-feira. Tudo completamente grátis. Durante o serão terão lugar inúmeras demonstrações de uma varíadissima gama de artigos de bricolage, decoração e exploração interplanetária:

Abertura da exposição de passe-partouts contemporâneos
Catarina Krug, creative developer das mercearias AKI
Demonstração de artigos para actividades outdoor
César Lima, director de branding de uma prestigiada marca de malabares
Poética de marketing
Albino e Fernando Nunes, sales account sénior e styling developer, respectivamente, de uma famosa casa de parafusos no continente
Retrospectiva de vídeos publicitários para equipamento de churrasco
Albino, copy freelancer para equipamento de jardinagem
Tomás Silva, consultor em trade marketing para uma empresa de electrodomésticos no estrangeiro
Concerto de bluegrass
The Velmans, vencedores do último festival Jardim Black & Decker
Outras acções de surprise marketing
Sponsors oficiais

Não deixe de divulgar este incrível evento recheado das mais recentes novidades no mundo da bricolage e dos power brownies, onde poderá ter contacto em primeira mão com a nova edição da revista de referência do seu hobbie doméstico favorito.





*O jornal cultural Fazendo está volta de com um novo design que será apresentado na C.A.S.A. no próximo dia 10 de Setembro a partir das 22h00. Durante o serão será inaugurado ciclo de exposições zendoPics, dedicado jovens fotógrafos faialenses, e que estreia com uma mostra de Catarina Krug (em anexo). Serão também apresentadas performances de teatro de rua, poesia, vídeo e música clássica. A noite terminará com um concerto do grupo The Velmans.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Edição nº 44


Crónica
Fazendo - Capítulo II

Com este número do Fazendo encerra-se o segundo capítulo desta estória colectiva. Não vamos a banhos mas aproveitamos a época estival para preparar a próxima etapa dum percurso conjunto cada vez mais sólido. Solidez que resulta da crescente pluralidade de vozes que tem decidido embarcar nesta aventura potenciando a multiplicidade de informação partilhada, permitindo uma discussão mais ampla e mais abrangente, e contribuindo assim para uma melhor reflexão cultural e social orientada para o desenvolvimento local e regional.
Estória, dizíamos no início, porque até fazer parte do passado, e constituir história, a inscrição dos acontecimentos no tempo é o resultado de uma acção colectiva com capacidades transformativas alimentadas pela imaginação. À nossa dimensão, assumimo-nos como um catalisador dessa imaginação que alimenta a mudança (ou, porque não, a sedimentação) e que ajuda a construír uma sociedade que se quer mais consciente e mais equilibrada.
Neste percurso, e fruto da nossa inocência, temos também um sonho (diz o poeta que comanda a vida e nós acreditamos): o sonho de quinze mil pessoas - mais ou menos - a participar na escrita desta estória.
Esperamos vê-lo em Setembro.


Pedro Lucas

Colaboradores:
Capa: Aurora Ribeiro
Música:
Pedro Monteiro
Teatro e Cinema: Fernando Nunes, Samuel Andrade
Arquitectura e Artes Plásticas: Ana Correia, CMH, Margarida Madruga, Rita Braga
Literatura: Luís São Bento
Ciência e Ambiente: Sara Soares, Sofia Matros, Tomás Silva

Gatafunhos: Tomás Silva

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Edição nº 43



Crónica
Pelo Movimento da escrita


Iniciativas relacionadas com a escrita e com a leitura são sempre bem-vindas na nossa Região, como em qualquer outra parte do país e até do mundo.
Foi com essa linha de pensamento que a Associação Ilhas em Movimento (AIM) (www.ilhasemmovimento.blogspot.com) resolveu criar um concurso literário.
A ideia surgiu de uma conversa casual entre os membros da associação. Deste momento de palavras soltas nasceu o I Concurso Literário “Letras em Movimento”. O nome veio do Presidente da AIM, Ricardo Pacheco, que, tal como os outros membros, entende que esta arte deve ser um movimento frequente e desejado por todos os açorianos.
É verdade que já existem concursos dentro desta linha de trabalhos, mas quanto mais oportunidades, mais talentos. Assim sendo, a AIM criou este projecto para todos os açorianos, residentes nos Açores e açorianos que vivam fora da Região. A referida associação acredita que os talentos açorianos são uma mais-valia para o Arquipélago, o que a leva a despoletar actividades desta índole.
Além disso, é importante salientar que o concurso também está ligado à luta da AIM contra o analfabetismo e contra a iliteracia. O objectivo da AIM é levar as pessoas a escreverem mais, a lerem mais, a serem mais criativas.
A motivação dos concorrentes deve ser, além do gosto pela escrita, a possibilidade de editar o trabalho vencedor ou então receber um prémio monetário no valor de 500 euros.
Esta iniciativa tem como parceiro o EscreVIVER (n) os Açores, sendo o mentor do projecto, Pedro Chagas Freitas, e a coordenadora local do projecto, Patrícia Carreiro, júris do referido concurso. O terceiro membro do júri ainda está por confirmar, mas a organização tenciona que seja um escritor açoriano.
No regulamento do concurso pode se ler que a AIM tem como objectivo levar a escrita açoriana mais longe, fomentar e consolidar hábitos de escrita e de leitura, promover a criatividade e a imaginação e divulgar novos autores açorianos.

A associação estipulou um limite a nível de idades para os concorrentes, como habitualmente acontece nestes casos. Assim sendo, podem concorrer interessados com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos. O limite da idade foi aumentado, uma vez que muitas pessoas com idades fora do pedido mostraram interesse em participar no concurso. A AIM achou, então, por bem dar mais hipóteses a novos escritores que queiram projectar o seu trabalho e os Açores.
Os aspirantes a escritores podem concorrer, em português, com trabalhos em prosa ou poesia. É necessário referir que cada concorrente pode participar, apenas, com um trabalho, contendo, no máximo, 200 páginas A4.
Todas as informações adicionais, assim como solicitação de consulta do regulamento, podem ser pedidas através do email de Patrícia Carreiro (patriciacarreiro577@hotmail.com), membro da AIM e júri do concurso.
A morada de recepção dos trabalhos será na sede da AIM, sita à Rua António José de Almeida, 27 1º Direito, 9500 – 053, Ponta Delgada, em São Miguel.
A AIM aceita trabalhos até 30 de Outubro de 2010, para que a 30 de Dezembro do mesmo ano possam ser divulgados os resultados do concurso.
Os mesmos serão noticiados na comunicação social e no blogue da AIM (www.ilhasemmovimento.blogspot.com). Outro local na internet a albergar as novidades do concurso será o blogue de Patrícia Carreiro, o espaço Communicare (www.patriciacarreiro.blogspot.com).
Para obter os resultados, o júri terá em conta a criatividade e inovação, a qualidade literária, a organização, coerência e coesão do texto nos trabalhos apresentados.
O vencedor será informado por carta, de forma a entrar em contacto com a AIM para se tratar do prémio a ganhar.
É de realçar o facto de que apenas um trabalho sairá vencedor, sendo certo que se algum outro texto merecer, ser--lhe-á entregue uma menção honrosa.
Nunca é demais lembrar que apenas trabalhos inéditos e nunca antes publicados ou vencedores de algum prémio poderão concorrer.
A AIM conta com a maior adesão possível dos açorianos e residentes nos Açores e pensa que o projecto já é uma aposta ganha só pelo simbolismo da própria iniciativa.
O cenário exigido para a feitura dos trabalhos é o arquipélago dos Açores, em qualquer ilha, como forma de levar mais longe o nosso nome, as nossas tradições e costumes.
Para a AIM, é importante participar num projecto destes, pois a escrita e a criatividade aliada à mesma é algo importante e relevante nos dias que correm.
Note-se que a criatividade nunca é demais quando os talentos existem. É por isso que a AIM tenciona dar continuidade ao projecto Concurso Literário “Letras em Movimento”, que tem agora a sua primeira edição.
Os açorianos que preparem a caneta e o papel e deixem fluir a imaginação e a criatividade que moram nas suas mentes, muitas vezes, mesmo sem o saberem.
Note-se que a Associação Ilhas em Movimento celebra em Agosto próximo o seu segundo aniversário, tendo já realizado diversas actividades relacionadas com a sociedade e a solidariedade. Recolha de brinquedos no Natal, entrega de material escolar, concentrações contra o abuso sexual de crianças e pela luta pela paz são apenas algumas iniciativas realizadas pela AIM, que tem como mote colocar a sociedade em movimento.

Patrícia Carreiro - Associação Ilhas em Movimento

Colaboradores:
Capa: Jorge Fontes
Música:
Pedro Monteiro
Teatro e Cinema: Sérgio Paixão, Teatro de Giz
Arquitectura e Artes Plásticas: Pedro Monteiro
Ciência e Ambiente: Alexandra Simas, Maria Magalhães

Gatafunhos: Tomás Silva e Aurora Ribeiro

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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Edição nº 42


Crónica
Concurso: Uma ideia para a Horta


De onde vimos? Onde estamos? Para onde vamos? São interrogações intemporais para nos posicionarmos sobre a evolução de um qualquer assunto. Hoje proponho o assunto da Reabilitação Urbana. De facto é muito recente a consciencialização quanto à evolução das cidades e do seu ambiente urbano e o que determinadas medidas e/ou necessidades da população vieram a causar, nomeadamente: desertificação dos centros históricos no que toca à sua importantíssima vertente habitacional, degradação do edificado, obsolescência das infra-estruturas, espaços verdes e de utilização colectiva, etc. Conscientes de que a cidade da Horta não foge a esta tendência, que se revela aliás a nível internacional, surgiu a proposta de promover a Reabilitação Urbana da cidade da Horta. Como? Numa primeira fase propusemos lançar um desafio aos cidadãos sob a forma de um concurso de ideias. Quem melhor do que nós, cidadãos que habitamos e fruímos a cidade da Horta no dia-a-dia para se pronunciar sobre a identificação de situações que carecem de intervenção e fazer propostas para a sua melhoria?
Com a publicação do Regime Jurídico da Reabilitação Urbana(1) a 23 de Outubro de 2009, um mês depois da aprovação em Assembleia Municipal da Área de Reabilitação Urbana da cidade da Horta(2), foi possível verificar que a preocupação do Município, nomeadamente da entidade empresarial Urbhorta em promover a Reabilitação Urbana estava bem encaminhada.
Surgiu a necessidade de estudar este novo Regime Jurídico, nomeadamente quanto ao enquadramento normativo da reabilitação urbana ao nível programático, procedimental e
de execução. Procurou-se reservar o ano de 2010 para promover medidas de informação, formação e sensibilização quanto à Reabilitação Urbana. Neste sentido, organizou-se uma acção de formação sobre este Regime Jurídico que decorreu durante o mês de Março com a duração de 14 horas, contando com a presença da Dr.ª Fernanda Paula Oliveira (3) e também o concurso de ideias, sobre o qual me proponho debruçar.
Tendo em conta que um concurso de ideias permitia associar num mesmo procedimento duas vertentes essenciais à promoção da Reabilitação Urbana, que se entendeu ser um belíssimo instrumento, nomeadamente por permitir:

- Acesso à informação sobre conceitos, dotação de ferramentas essenciais à participação e sensibilização para esta problemática;
- Promoção da cidadania participativa, associando uma acção que visa “auscultar” a percepção dos principais intervenientes actuais e futuros(4) da cidade mas também o levantamento de elementos que devem ser tidos em conta na formulação da Estratégia para a Reabilitação Urbana da Horta.
Concurso: Uma Ideia para a Horta
Apoio: Direcção Regional de Cultura

A promoção deste concurso contou com uma primeira apresentação em conferência de imprensa na Câmara Municipal da Horta a 25 de Março, que deu origem a uma série de notícias na imprensa local, à distribuição de cartazes promocionais e seguindo-se uma série de contactos junto da Escola Secundária Manuel de Arriaga e Escola Profissional da Horta para se agendarem apresentações junto dos alunos.
O prazo limite para a apresentação de propostas expirou no passado dia 18 de Junho, tendo-se verificado que, apesar do interesse inicial dos alunos e considerando que o prazo final coincidiu com a época de exames e de apresentação das provas de aptidão pedagógica e profissional não houve lugar à apresentação de propostas ao nível desta categoria. Quanto à categoria geral, houve oito inscrições, acabando por serem formalizadas cinco. Aos participantes, aqui fica um bem-haja pelo exercício de cidadania! Quanto ao que poderia ser aportado pelos estudantes, não fica perdido, uma vez que o Conselho de Administração deliberou voltar a lançar um concurso, agora destinado exclusivamente a esta categoria numa fase mais desafogada no percurso lectivo, nomeadamente em Setembro, com a sugestão de se incluir esta participação no concurso de ideias no currículo de uma, ou mais, disciplinas.
À data em que o leitor se encontre a ler esta crónica já serão conhecidas as propostas vencedoras ou estará para muito breve, sendo que a entrega de prémios está prevista para o dia 4 Julho, dia em que se celebra a cidade da Horta. E que melhor celebração da cidade do que participar na sua construção?
(1) Decreto-Lei nº 307/2009 de 23 de Outubro,
(2) ARU da Horta aprovada, com parecer favorável do IHRU, em Assembleia Municipal a 4 de Setembro de 2009 no âmbito do Regime Extraordinário de Apoio à Reabilitação Urbana, definido na Lei nº 64-A/2008 de 31 de Dezembro (Lei de Orçamento de Estado para 2009)
(3)Docente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e autora de
uma vasta obra sobre direito do urbanismo,
(4) Lançámos o concurso a dois públicos, nomeadamente: aos cidadãos em geral e aos que se encontram em formação nas escolas, ao nível do ensino secundário.

Para apresentar sugestões sobre a Reabilitação Urbana da
Horta, escreva para: gabtec@urbhorta.pt

Rita Campos - UrbHorta

Colaboradores:
Capa: Tereza Arriaga
Cinema e Teatro:
Rui Santos
Arquitectura e Artes Plásticas: Dörte Gradíssimo, Fernando Nunes, José Francisco Pereira
Literatura: Maria Eduarda Rosa
Ciência e Ambiente: Pedro Monteiro, PNF

Gatafunhos: Tomás Silva


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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Edição nº 41 (2.0)



Crónica
Indústrias Culturais e Criativas
Livro Verde é o nome dado a um documento elaborado pela Comissão Europeia com o intuito de promover a discussão e o debate sobre um determinado tópico, incentivando qualquer indivíduo e organização a contribuir e participar, resultando eventualmente na elaboração de um Livro Branco – um documento oficial onde constam uma série de propostas que mais tarde serão utilizadas como força motriz para a implementação de leis adequadas.
Com o objectivo de desenvolver o potencial das Indústrias Culturais e Criativas (ICC) surgiu um Livro Verde, publicado em Abril do ano corrente, que entre outras, levanta questões que pretendem averiguar quais são as melhores formas das ICC obterem financiamento ou como poderão estas servir de intermediárias entre as comunidades artísticas e criativas e a sociedade.
Na passada terça-feira realizou-se no auditório da Biblioteca Pública o colóquio Potenciar as Indústrias Criativas, organizado pela Direcção Regional da Cultura, onde a Associação Cultural Fazendo, representada por Pedro Lucas, apresentou diferentes propostas concretas aos desafios levantados pelo Livro Verde. Esta curta palestra estará brevemente disponível online no blog do Fazendo conjuntamente com um breve estudo sobre a Criatividade e as ICC. O propósito deste artigo é o de resumir de uma forma sucinta este estudo.

Uma breve nota histórica: No fim do século XIX a economia do mundo ocidental estava estabelecida como uma economia agrícola, não só o sector agrícola produzia o maior retorno monetário como também providenciava o maior número de empregos. Com o desenvolvimento dos meios tecnológicos a Revolução Industrial deu origem a uma mudança gradual de uma economia agrícola a uma economia industrial, de procura de mão de obra capaz de lavrar a terra à procura de mão de obra capaz de operar uma máquina, economia esta que se encontrava efectivamente estabelecida após a segunda Guerra Mundial. Contudo, nos últimos vinte anos temos assistido a uma nova mudança, agora de uma economia industrial a uma economia criativa. Enquanto no sector agrícola ou industrial o capital tomava a forma física de três sacos de batatas ou dez latas de atum, no sector criativo (que inclui as áreas de investigação, inovação, ciência, artes, cultura, etc...) o capital é maioritariamente intangível: o produto toma a forma de uma ideia. Como lidar com isto, é uma das grandes questões do Livro Verde.

Seis factos e uma constante
(1) Um ambiente estimulante leva à formação de redes neuronais mais complexas e mais estáveis (Susan Greenfield et al). Os avanços recentes na área da neurociência, em particular devido à descoberta da ressonância magnética, permitiram conduzir uma série de experiências que têm vindo lentamente a desmistificar conceitos como a consciência, a mente e a criatividade que outrora julgavam-se impossíveis de serem estudados recorrendo ao método científico. Hoje em dia sabe-se que a mente é uma construção única de cada indivíduo que depende da totalidade da sua experiência pessoal. Um ambiente estimulante faz com que as células cerebrais cresçam e criem mais ligações com outras células dando origem a diversos circuitos associativos que tomam o nome de redes neuronais. A criatividade é a capacidade humana que permite criar novas ligações entre diferentes redes, que ainda não tinham sido estabelecidas, ou seja, por outras palavras, permite ver uma determinada coisa de uma forma diferente.
(2) Não são as pessoas que vão atrás dos empregos, são as empresas que vão atrás do capital humano. Um estudo conduzido por Richard Florida et al confirmou que a escolha da cidade onde um indivíduo com formação superior quer viver precede a procura de emprego. Por esta razão as empresas tendem a deslocar-se para as cidades onde se encontra a mão de obra especializada.
(3) Existe uma correlação entre a desenvoltura cultural e o desenvolvimento económico. Através de outro estudo conduzido por Richard Florida et al concluiu-se que as cidades com uma economia em ascensão são culturalmente ricas, por outras palavras, estas cidade têm uma elevada concentração de membros da classe criativa.
(4) A confiança e o sentido comunitário, caso presentes nas empresas, conduzem à elaboração de soluções criativas. Um estudo levado a cabo por Manuel Castells et al a equipas de sucesso em inovação como a Nokia, Google ou iPhone, concluiu que a confiança entre os vários membros de uma equipa leva a uma maior troca de ideias e de informação enquanto que o sentido comunitário, a inter-ajuda e a partilha de objectivos comuns permitem uma combinação de esforços mais eficiente.
(5) A mão de obra criativa mostra um comportamento económico irracional. Um estudo feito por Dan Pink et al conclui que se escolhermos um qualquer indivíduo e oferecermos uma renumeração monetária extra em troca de maior produção, ou melhor qualidade de trabalho, em média observaremos o seguinte: se o trabalho for mecânico a renumeração leva a melhores resultados, se o trabalho envolver um mínimo de capacidade criativa a renumeração leva a piores resultados. A classe criativa é movida por autonomia, possibilidade de aperfeiçoamento das suas capacidades e por uma noção de objectivo – um propósito.
(6) A reinvenção do método escolar com base na abordagem a problemas reais e a envolvência das comunidades no sistema de ensino levam a um ambiente capaz de providenciar aos alunos um maior desenvolvimento das suas capacidades criativas (Charles Leadbeater et al).

Jardinagem da Criatividade: a visão do Fazendo:
Os factos acima apresentados levam-nos a concluir o seguinte: para que a criatividade surja é necessário criar as condições ideais. Dito de outra forma, para potenciar a criatividade é preciso vestir um “fato” de jardineiro: preparar o solo e dar condições à planta para crescer. Se puxarmos por uma tulipa com as mãos ela não cresce, mas se lhe dermos condições (luz, água, solo rico em nutrientes…) é provável que cresça. Da mesma forma, para que a criatividade surja numa cidade, é preciso que esta providencie as ferramentas, as estruturas e as estratégias necessárias. Mais concretamente é necessário instituir o espírito comunitário nas diferentes ICC; criar uma boa rede de transportes; facilitar a habitação no centro; criar pólos universitários e de formação; criar espaços de encontro entre a comunidade artística e criativa e a sociedade; criar espaços autênticos em concordância com a cultura local; combater o neo-analfabetismo; instituir a tolerância.

Algumas propostas concretas ao Livro Verde: Um resumo das propostas do Fazendo estará online dentro em breve, aqui destacamos apenas algumas:
- Encontrar métodos de envolver a sociedade nos projectos das ICC, transformando os utilizadores em criadores. A título de exemplo destacamos o projecto open source do linux ou a wikipedia – a enciclopédia que qualquer um pode modificar.
- Criar wikis* físicos como o Fazendo em que toda a comunidade pode participar dando o seu contributo para um objectivo comum – neste caso a publicação de um jornal.
- O poder local deve adjudicar de algumas das suas competências a instituições civis através da criação de protocolos. Um exemplo seria abrir a Semana do Mar à comunidade atribuindo a responsabilidade de organização de diferentes secções a diferentes grupos civis, à semelhança da entrega da organização do Festival de Teatro ao Teatro de Giz.

Jácome Armas



Colaboradores:


Capa: Matilde Marçal
Cinema e Teatro:
Pedro Juliano Cota, Fausto Cardoso
Arquitectura e Artes Plásticas: Rita Braga
Literatura: Carlos Cordeiro
Ciência e Ambiente: Eva Giacomello, Gui Menezes, Joana Vaz-Pereira, Orlando Guerreiro, Tiago Castro

Gatafunhos: Tomás Silva

O Fazendo nº41, é primeiro número da versão 2.0 deste jornal: não mudámos a imagem e tão pouco o conceito ou a estrutura, alterámos sim a experiência de leitura. Nos vários artigos do jornal inserimos inúmeras hiperligações para as referências de maior relevância presentes nos textos, de modo a possibilitar o aprofundamento dos temas tratados através de uma utilização interactiva e do acesso à informação em rede. Aproveite esta nova forma de ler o Fazendo...


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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Fazendo emprego


O Fazendo, a maior inovação na área de new media-folclore que o mundo viu nascer num passado recente, procura um novo membro para integrar a sua equipa:

  • Indivíduo jovem, inteligente, sensual, trabalhador, com sentido de humor e com um interesse genérico em artes, ciência, literatura, media e semelhantes formas de fazer pão.
  • Capacidade de auto-monitorização (como os carros) e interesse em obter resultados (como os carros também).
  • Capacidades de escrita que metam inveja ao Gonçalo M. Tavares.
  • Capacidades orais que ponham um ligeiro rubor na bochecha do José Rodrigues dos Santos.
  • Disponibilidade para passar uns tempos fora de casa.
  • Nem hippie nem yuppie.
  • Ecologista sem militância.
  • Do tipo Pro: pro-trabalho, pro-esforço, pro-didacta, pro-activo e com vontade de ser profissional.
  • Pro-eficiente em utilitários informáticos (processadores de texto, folhas de cálculo, networking, skype...) e com escritório próprio (isto é, um laptop).
  • Formação em qualquer coisa como marketing, comunicação ou jornalismo, e algum conhecimento da realidade Açoriana dão direito a um smiley com caneta verde no canto da folha.
  • Ao primeiro dia do mês de novembro do ano de dois mil e dez o índividuo tem de ser "candidatável" ao programa açoriano Estagiar T/L (a capacidade de interpretar palavras inventadas à pressão como neologismos é também importante)

A este/a jovem ser-lhe-à incumbida uma missão da maior importância no que a salvar o mundo diz respeito.
A partilha de interesse genuíno no projecto não é essencial mas a sua ausência dá direito a exclusão automática.

Cartinha electrónica com CV e apresentação simpática para vai.se.fazendo@gmail.com até 01/10/10.

Edição nº 40



Crónica

Ao abrir Baleia! Os baleeiros dos Açores, dei-me conta que, tal como para José Henrique Azevedo, a minha relação com este livro é uma história de família, pois que as histórias de baleação, o primeiro contacto com livros como os de Robert Clarke e até o conhecer do nome de Bernard Venables se fizeram pela mão do meu avô paterno.
À adolescência alimentada pelos sonhos do mundo marinho do capitão Nemo, de Júlio Verne (povoado de imensos monstros entrevistos pelas vigias do Nautilus que se descobriam depois simples seres dos mares), pela admiração da coragem, eivada de loucura, do capitão Achab de Melville ou pelos baleeiros de Vitorino Nemésio e Dias de Melo, juntavam-se um sem número de histórias que o meu avô evocava, fotografias desbotadas e livros que me adivinhavam uma vocação não realizada.

Paralelamente, na altura, a militância pelos direitos dos animais parecia-me respeitada pela desigualdade evidente da luta entre o homem, na sua pequenez absoluta, e o esplêndido animal, imenso de força e astúcia. Não que essa desigualdade redimisse a violência mas, quando comparada com a baleação industrial, parecia que aqui se deixava sempre uma hipótese ao animal, que não poucas vezes a aproveitava, semeando medo e morte, construindo uma epopeia em cada uma dessas saídas para o mar.

Nascida numa altura em que chegar ao Faial não passava por mais dificuldades do que embarcar num avião, pelas palavras de Venables dei comigo a deliciar-me com a ideia de que antes essa viagem tinha uma série de escolhos que permitia aos viajantes darem-se verdadeiramente conta das distâncias e das diferenças entre o sítio de onde saíam e o sítio onde chegavam, como se tal como ele viesse por mar, a bordo do Espírito Santo.

A memória é sempre um caleidoscópio construído, onde misturamos as nossas próprias vivências e o que nos foi contado mas, para quase todos os que aqui vivem, não será difícil identificar imediatamente os lugares e as personagens que Venables evoca, o João do Talho (uma viela estreita que dava lugar ao rescender dos cozinhados e o feitio severo que decidia por cada cliente, como se não fosse um restaurante mas antes alguém que abria a porta da sua casa), o café Sport (não a versão actual mas o pequeno reduto em que se vendia tudo e mais alguma coisa, embora já estivesse numa posição privilegiada, de frente para o porto, uma vigia do pulsar da própria ilha, das idas e vindas, mais do que um café, um fornecedor, aquele que satisfazia todas as necessidades dos que chegavam, lugar de partilha de histórias contadas um sem número de vezes, como se o tempo ali ficasse suspenso), o porto e as suas inúmeras embarcações.
O que talvez, pelo menos para os mais novos, será menos óbvio recordar são todas as descrições que se referem efectivamente à baleação.

Os baleeiros que Venables encontrou já não eram os que tinham conhecido os navios de New Bedford e de Nantucket (cujas descrições o levaram a interessar-se pelos Açores) mas continuavam a usar os mesmos termos técnicos que tiveram a sua origem na corrupção fonética dos termos ingleses (como o célebre blós), embora tivessem uma motivação bem diferente destes.

Nos Açores, independentemente da rivalidade entre as companhias e apesar do valor económico que a baleação tinha, o essencial estava na luta com o gigante, no desafiar o mar e o vento (na infância, a reprodução minuciosa de um bote baleeiro sempre me tinha fascinado, parecia tudo tão frágil e quando a embarcação se tornava verdadeira no cais, mais frágil ainda, como se podia crer que ali iam sete homens, mar afora, sem uma protecção digna desse nome?).

Nas palavras de Venables reencontro inevitavelmente as palavras do meu avô, a descrição do homem solitário que na vigia perscruta o horizonte em busca de um sopro, o grito “Baleia!” e a Walkiria que atravessa a doca, entra no canal rumo ao mar aberto, arrastando os homens para o perigo de morte (Venables teve aliás de assinar uma “Certidão de óbito” – um documento em que assumia que partia por sua conta e risco – para poder acompanhar os baleeiros). Mas, para aqueles que nada de pessoal liga a esta época, o interesse não se perde pois Venables descreve minuciosamente os instrumentos e os gestos dos homens, de tal modo que parece que o leitor, também ele, está no bote, segue os gestos do trancador, sofre em cada remo que desce e corta a onda, os músculos retesados num mesmo ritmo, anseia por uma morte que parece não vir.

Sem contemplações, com uma frieza descritiva, o relato que faz da caçada não lhe retira a violência nem esquece o sofrimento do animal, mas debruça-se inequivocamente sobre os gestos de cada homem, sobre as histórias contadas de acidentes e horríveis naufrágios, uma baleia que não se tranca ou que se perde no rebocar, esforço vão, relembra a “arena de sangue” em que o cachalote agoniza, o ciclo sem piedade de uma Natureza que molda o próprio homem.

Além disso, Venables debruça-se também sobre o que se segue à caçada, o reboque para a fábrica (e em Porto Pim esta ainda é um marco do passado, renovado agora numa nova vida, como se repetíssemos na pedra o eterno ciclo da vida), o “desmanchar” da baleia, o “scrimshaw” e as festas à senhora da Guia, os baleeiros que abandonavam as idas ao mar mas a quem o ribombar do “bombão” ou o grito de “Baleia!” atordoavam os sentidos, desenhando uma comunidade onde a baleação teve uma influência durável.

Graças a Venables, a memória é um livro reaberto, é novamente uma mão estendida mostrando a imensidão de areia dos Capelinhos, desenhando um rastro de espuma no mar, a voz do avô contando casos que tinham acontecido nos dezoito anos em que também ele vivia ao ritmo ditado pelos homens das vigias, as rivalidades com os homens do Pico, são os objectos que emergiam de uma loja atulhada, coisas herdadas de um tempo já esquecido.

Catarina Azevedo



Colaboradores:


Capa: Pedro Monteiro
Música: Zeca Medeiros
Cinema e Teatro:
Aurora Ribeiro, Fernando Nunes
Arquitectura e Artes Plásticas: Ana Correia, CMH
Ciência e Ambiente: Lia Goulart

Gatafunhos: Tomás Silva

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quarta-feira, 26 de maio de 2010

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Edição nº 39 + Suplementando #1





Editorial

"Fazes?” foi o nome dado ao primeiro concurso intra-alunos da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA) para a elaboração de um trabalho gráfico e de um artigo em formato de crónica a serem publicados no Fazendo.
Foi com imenso prazer e satisfação que recebemos uma mão cheia de pinturas e desenhos de alunos desde o 7º ao 12º ano, e com um ligeiro sentido de desapontamento perante a total ausência de textos.
Queremos dar os parabéns a todos os concorrentes pela excelente participação, que surpreendeu em muito pela variedade de expressões plásticas – desenho, pintura, colagem, vinheta ou até caricatura política – e que traduz uma verdadeira manifestação de criatividade por parte dos alunos. No entanto, ficamos com um leve pesar por não termos conseguido despertar a criatividade e o desenvolvimento de uma opinião pessoal em todos os alunos com inclinação para a escrita.
Em relação ao concurso para o melhor trabalho gráfico, o júri constítuido por Eugénio Leal, em representação do conselho directivo da ESMA, Ana Correira, em representação dos professores de artes da ESMA, Luís Menezes, em representação da secção de Artes Plásticas do jornal Fazendo, e pela direcção do Fazendo, decidiu atribuir o prémio ao trabalho de Pedro Valim da turma C do 12ºano, o qual foi publicado como capa do jornal nesta edição. Decidmos também atribuir a menção honrosa Fazendo ao desenho de Joana Silva da turma C do 11ºano (ao lado) pelo seu excelente sentido crítico e relevância no contexto local.
Agradecemos a todos os alunos que participaram e incentivamos a que continuem fazendo.

A Direcção



Colaboradores:


Capa: "O Pão feito acaba sempre por ser comido", de Pedro Valim
Entrevista: Pedro Rosa

Música: Miguel Machete
Cinema e Teatro:
Aurora Ribeiro, Fausto Cardoso
Arquitectura e Artes Plásticas: Aurora Ribeiro, Fernando Nunes

Literatura: Miguel Horta
Ciência e Ambiente: Parque Natural do Faial

Contracapa: Miguel Horta

Suplementando: Carlos Lobão, Padre António Saldanha, Victor Rui Dores

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e aqui para o Suplementando: Suplementando #1



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